Como imbuir superinteligência no computador, com objetivos humanos ? Por: Katie Collins
Os perigos da superinteligência computacional, são uma preocupação para muitos dos maiores pensadores do mundo, como o físico Stephen Hawking, de Deepmind Demis Hassabis e fundador da Acorn Computers, Hermann Hauser, entre outros.
Mas de acordo com Hauser, lidar com essa ameaça potencial, é agora urgente. Na verdade logo, pois em algum tempo, pode ser “tarde demais”.
Falando no palco do “Festival pioneiros em Viena”, Hauser diz que, após uma pesquisa de especialistas na área ao redor do mundo , o consenso é que é perfeitamente possível que teremos essas inteligências nos computadores, que serão mais inteligentes do que os seres humanos até 2050.
Hauser acredita no conceito de que surgirá a Sexta Era em computação. Ele mesmo era parcialmente responsável pela quarta era, ouonda, na ascensão do computador pessoal, graças ao seu envolvimento no computador Acorn. “Tornou-se o computador de casa mais bem sucedido no Reino Unido. Naquela época, a Grã-Bretanha fez a nação de computação mais avançada no mundo”, diz ele.
Depois de anos de IBM e Microsoft dominarem a quarta onda, com seus hardwares e softwares, respectivamente, veio Steve Jobs e o iPhone. Quando Jobs disse inicialmente que êle havia reinventado o telefone, Hauser diz que ele era cético. “Eu pensei, aqui vamos nós de novo”. Acontece que Jobs estava certo, mas não por causa do hardware do iPhone. Entendemos agora, diz Hauser, que “o valor principal do smartphone na verdade vem da nuvem”.
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Então, se smartphones e as nuvens eram a quinta onda da computação, o que vai trazer a próxima onda e quando é que vai chegar? “Estamos prestes a experimentar a quebra da sexta onda da computação”, diz Hauser, e será causado pela internet “das coisas”. Mais uma vez, assim como com smartphones e a nuvem, o valor não virá a partir do hardware, mas a partir de aprendizado da máquina, e como os dados são interpretados .
Medir a inteligência do computador em termos biológicos, nos mostra o quão longe nós temos que passar por cima, em um período muito curto de tempo, se quisermos cumprir as previsões dos especialistas. Atualmente, diz Hauser, “estamos mais ou menos perto do valor de um cérebro de um inseto, com sonho de chegarmos ao valor de um cerébro do ser humano”. O oprendizado de máquina aplicada à Internet das coisas, vai impulsionar a inteligência dos computadores para serem iguais ao cérebro de um rato.
Para tirar o máximo de aprendizado de máquina, não haverá mudança de programação, como é agora com o ensino. O ensino é vital, porque, tanto quanto o computador será capaz de operar com a inteligência de nível humano, ele também terá de operar com objetivos humanos. É importante ter as conversas agora, porém, acredita Hauser, sobre o que esses objetivos devem ser. “Estas máquinas irão fazer o que você ensiná-los a fazer, eles vão te dar o que você deseja, mas o principal problema que continua por resolver, é como fazer para que os computadores, venham a fazer as coisas certas.
Hauser é membro do Centro Cambridge para o Estudo do Risco existencial, mas existem outros centros, que abordam as questões profundamente filosóficas sobre Inteligência Computacional, e há várias instituições semelhantes em Oxford e Boston, com muitos membros de alto perfil, incluindo os gostos de Elon Musk, Bertrand Russell e co-fundador da Skype Jaan Tallinn. Seus objetivos? “Temos de imbuir valores humanos em sistemas de inteligência artificial, para que eles realmente não precisem seguir as nossas instruções, mas para que eles descobram sozinhos, o que queremos dizer”, explica Hauser.
Devemos nos preocupar com isto ?
Texto: Wired.co.uk