Ambientalistas e mídia se calam diante um dos maiores lixos tóxicos do oceano!

Depois de cinco meses parado no Atlântico Sul, o único porta-aviões da frota da Marinha do Brasil acabou por ser afundado depois de intensa disputa internacional por seu conteúdo tóxico.
No ultimo dia 3 de fevereiro, a Marinha do Brasil informou ter afundado o casco do ex-Navio-Aeródromo ‘São Paulo’.
Em relação ao casco do ex-Navio Aeródromo “São Paulo”, diante dos fatos apresentados na Nota Oficial Conjunta do Ministério da Defesa, Advocacia-Geral da União e Marinha do Brasil, cabe informar que a operação de alijamento, por meio do afundamento planejado e controlado, ocorreu no final da tarde de hoje dia 3 de fevereiro, estritamente conforme concebido, informou a Marinha em nota oficial.
A área para a destinação final do casco, situada em Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB), a 350 Km da costa e com profundidade aproximada de 5 mil metros, foi selecionada com base em estudos conduzidos pelo Centro de Hidrografia da Marinha e Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira. As análises consideraram aspectos relativos à segurança da navegação e ao meio ambiente, com especial atenção para a mitigação de impactos à saúde pública, atividades de pesca e ecossistemas.
Por fim, a Marinha do Brasil presta legítima reverência ao ex-Navio Aeródromo “São Paulo”. Barco que abriga alma beligerante perpetuada na mente de homens e mulheres que guarneceram seus conveses, dignos servidores da Marinha Nacional Francesa e da Marinha do Brasil, sob a égide das tradições navais e de elevado espírito marinheiro.
Toda a disputa começou quando o Brasil vendeu a embarcação de 60 anos para sucata a um estaleiro turco em 2021 e, em agosto de 2022, partiu para a Turquia a partir de uma base naval no Rio de Janeiro. Mas enquanto estava em movimento, a Turquia rescindiu sua permissão para entrar, dizendo que o Brasil não conseguiu provar que o São Paulo estava livre de amianto, um mineral tóxico usado na construção de muitos navios do século 20. Então, o barco virou.
O problema é que o Brasil não queria o navio de volta. Em setembro, um porto no litoral de Pernambuco bloqueou a atracação do navio. O porto argumentou que havia um risco muito grande de que o navio fosse abandonado, deixando as autoridades portuárias para pagar a conta para movê-lo e lidar com o amianto. Isso deixou o São Paulo circulando ao largo da costa brasileira, até 20 de janeiro, quando a Marinha do Brasil anunciou que havia empurrado o navio para águas internacionais, onde permanece. A Marinha diz que teve que fazer isso porque o navio envelhecido, que sofreu danos em seu casco durante sua odisseia, poderia ter encalhado ou afundado na costa brasileira, ameaçando outras embarcações e a fauna costeira.
A Marinha brasileira chegou a pensar em abandonar o navio em alto-mar, e depois em explodi-lo para afundar a embarcação, mas atendendo às preocupações de uma agência ambiental federal, o Ministério Público do Brasil abriu um processo civil contra a marinha, pedindo a um tribunal federal que ordenasse a suspensão imediata de qualquer plano de detonar o navio.
Os vigilantes do oceano dizem que afundar um barco tão grande e velho quanto o São Paulo seria um desastre ambiental; além do amianto, o navio contém centenas de toneladas de outras substâncias tóxicas em sua fiação elétrica, tintas e depósitos de combustível, segundo a ONG Basel Action Network (BAN). Abandoná-lo no mar constituiria “negligência grosseira” e violaria três convenções ambientais internacionais distintas, diz Jim Puckett, diretor executivo da BAN.
“Estamos falando de um navio contendo materiais perigosos e valiosos, ele deve ser trazido para o território brasileiro e administrado de forma ambientalmente correta”, diz Puckett. “Você não pode simplesmente afundar.”
No final de tudo, acabou que o Navio São Paulo acabou por ser afundado conforme as informações oficiais da Marinha.
FONTE: PoderNaval.com.br e Revista Time