04/01/2023

Deterioração política entre Rússia e Estados Unidos, amplia receio de uma terceira guerra! (Veja Vídeo)

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Matéria sobre o forte discurso de Vladimir Putin desde 2021, com relação aos acordos nucleares com os EUA.

Desde o início da década de 90 do século passado, Estados Unidos e Rússia tentam de alguma forma firmar um tratado de não proliferação de armas nucleares, e entre idas e vindas, o “Tratado de Redução de Armas Estratégicas” substituiu o “Tratado START”, assinado em 1991 e, depois de entrar em vigor, também substituiu o “Tratado sobre Reduções Estratégicas Ofensivas de 2002”.

Em 5 de fevereiro de 2011, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e a chefe do Departamento de Estado dos EUA, Hillary Clinton, trocaram as ratificações do acordo que, por sua vez, entrou em vigor. O documento tinha validade de dez anos, com a possibilidade de ser estendido por acordo mútuo entre as partes por mais cinco anos.

Já na administração de Donald Trump, os Estados Unidos acreditavam que o acordo não atendia aos interesses dos EUA, e insistiu em um novo tratado com o envolvimento da China, ou a extensão do acordo com novas condições.

Moscou aceitou estender o tratado sem quaisquer condições e com a manutenção dos arsenais nucleares existentes, contudo Trump rejeitou a iniciativa. Em 16 de outubro de 2020, o presidente russo, Vladimir Putin, propôs a extensão do tratado sem quaisquer condições por um ano.

O Novo START é o único mecanismo de controle de armas nucleares firmado entre os EUA e a Rússia. O documento foi prorrogado por cinco anos, até 2026, no início da administração de Joe Biden.

A Rússia e os EUA começaram negociações sobre as condições de um futuro tratado de limitação de armas nucleares, mas o diálogo foi interrompido após o início da operação militar especial russa na Ucrânia.

No entanto hoje, dia 21 de fevereiro, o presidente Vladimir Putin fez o mais importante discurso desde 2021, e anunciou que a Rússia está suspendendo sua participação no novo tratado START com os Estados Unidos, que limita os arsenais nucleares estratégicos dos dois lados.

“A esse respeito, sou forçado a anunciar hoje que a Rússia está suspendendo sua participação no tratado estratégico de armas ofensivas”, disse Putin a parlamentares no final de um importante discurso no Parlamento, quase um ano após o início da guerra na Ucrânia.

Segundo especialistas, a Rússia tem o maior estoque de armas nucleares do mundo, com cerca de 6.000 ogivas. Vladimir Putin disse que não está cancelando o acordo, mas sim suspendendo a participação russa, e argumentou que não sabe o que a França e o Reino Unido estão produzindo, além de acusar os Estados Unidos de estarem desenvolvendo armas nucleares de novos tipos. Na prática, Moscou já vinha impedindo inspeções de instalações militares que estavam previstas no acordo.

Com esta atitude parece que Putin quer demarcar o que especialistas já chamam de “Guerra Fria 2.0”, onde estados unidos estão de um lado com seus fieis aliados da OTAN, e Rússia e China de outro.

Vladimir Putin também deixou claro em seu discurso, que a Rússia pretende conquistar mais territórios da Ucrânia em breve. Ele justificou a decisão com base na ajuda militar e financeira que os países da OTAN (aliança militar ocidental) estão enviando para a Ucrânia.

“Quanto mais armas de longa distância chegam à Ucrânia, mais teremos que afastar a ameaça das nossas fronteiras”, disse Putin.

Putin afirmou ainda que avançará nas medidas para facilitar o comércio global por meio de moedas nacionais, sem a dependência do dólar, e arrancou aplausos da plateia ao dizer que os negócios da Rússia não devem ser dependentes de países não amigáveis. Apesar de o país ter absorvido o impacto econômico de diversas sanções ocidentais deflagradas pela guerra, a falta de acesso a componentes tecnológicos tem feito a ciência na Rússia gatinhar.

O presidente russo foi duro ao afirmar que o governo ucraniano está protegendo os interesses de seus “mestres ocidentais” em vez dos próprios interesses nacionais do país.

“O regime de Kiev e seus mestres ocidentais assumiram completamente o controle da economia do país”, afirmou o presidente russo.

“Eles destruíram a indústria e a economia ucranianas”, disse ele.

“Eles são responsáveis ​​pela escalada da situação na Ucrânia… pelo grande número de baixas”, disse Putin.

“E, claro, o regime de Kiev é essencialmente estranho ao povo da Ucrânia. Eles não estão protegendo seus próprios interesses, mas os de seus países de guarda.”

“Fomos abertos, francos e sinceros em querer um diálogo aberto com o Ocidente e dissemos muitas vezes que o mundo precisa de segurança indivisível e convidamos todos os países do mundo a falar sobre isso”, mas a OTAN junto aos Estados Unidos só avançou em direção ao leste europeu, e nós fomos obrigados a intervir na Ucrânia, disse Putin.

Vladimir Putin também disse que sempre tentou o dialogo para que a OTAN desistisse de avançar em direção ao Leste europeu, mas, como resposta, tudo o que a Rússia obteve foi uma resposta hipócrita e incompreensível, bem como ações concretas bastante substantivas mostrando a expansão da OTAN.

Putin ainda disse que “a ameaça continua todos os dias, e que a Ucrânia, apoiada pelo Ocidente estão se preparando para o derramamento de sangue no Donbass”, que compreende as regiões de Luhansk e Donetsk no leste da Ucrânia.

FONTE: SPUTNIK, CNN BRASIL, GAZETA DO POVO

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