04/01/2023

Por que a China agora diz que quer intermediar a paz na Ucrânia?

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Matéria mostrando que a China agora pretende intermediar a Paz entre Rússia e Ucrânia, sem apontar seu real interesse na guerra depois de 1 ano de conflito.

Depois de ter levado quase um ano de derramamento de sangue, hoje a China vê a guerra na Ucrânia como um grande problema, e quer desempenhar um papel significativo para encerrá-la. Essa foi a mensagem que o principal diplomata de Pequim, Wang Yi, entregou aos líderes europeus na Conferência de Segurança de Munique no sábado. “Esta guerra não deve continuar”, disse ele.

O problema, claro, é que Wang não estava sugerindo tomar a distância mais curta entre dois pontos, o que seria Pequim interromper seu apoio financeiro e político à máquina de guerra de Vladimir Putin. Em vez disso, ele arriscou um plano de paz nebuloso que a China intermediaria entre as partes em guerra, enquanto visava uma repreensão velada aos EUA.

“Algumas forças, referindo-se claramente aos Estados Unidos, podem não querer que as negociações de paz se materializem”, disse Wang. “Eles não se importam com a vida e a morte dos ucranianos, nem com os danos à Europa. Eles podem ter objetivos estratégicos maiores do que a própria Ucrânia”.

Pontuação à parte, a iniciativa de paz da China é uma jogada ousada que levanta muitas questões. Em primeiro lugar, por que agora? A China tem sido historicamente cautelosa em se intrometer em conflitos distantes. A resposta parece simples, como não querer ficar de fora, dizendo: ‘Ei, estamos envolvidos, também somos grandes’, diz Robert Hunter, ex-embaixador dos EUA na OTAN. “Mas não saberemos mais até que eles coloquem um pouco de carne nos ossos.”

Claro, pode haver outro fator, pois sempre existe o risco de a Rússia não concretizar seu intento e dominar definitivamente a Ucrânia, e isto poderia significar a perda de poder na Ásia central, deixando um vácuo de poder político ao longo da fronteira norte da China, o que seria uma ameaça muito grave à segurança para Pequim, diz Victor Shih, especialista em política chinesa da Universidade da Califórnia, em San Diego. Por outro lado, do ponto de vista da China, uma rápida vitória de Putin teria sido um tapa na cara dos EUA, ao mesmo tempo em que enfatizaria a impotência do Ocidente.

Mas uma questão maior paira sobre se a China tem as habilidades diplomáticas para entregar uma resolução palatável para ambos os lados.

FONTE: Revista Time

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